terça-feira, 15 de novembro de 2011

A mulher de quase 30

Ah, mulher de 30! A idade do sucesso! XD

Juro que se fosse físicamente possível eu condensaria palavras e as enfiaria goela abaixo de quem as pronuncia. Não pelo teor pejorativo, ou até mesmo auspicioso que a expressão acima evoca. Mais talvez pela "cruz" que somos obrigadas a carregar quando a conjunção desse numeral+adjetivo (neste caso praticamente um substantivo) começa a despontar no horizonte dessa vida...

Para começo de conversa, que atire a primeira pedra quem pode afirmar que a "mulher de 30 anos" é realmente uma "mulher". Aliás, acho que é de domínio público que a quantidade de anos vividos em nada interferem no nosso amadurecimento psico/emocional/social. E quem aí pode definir de maneira concisa e sensata o que é sucesso? Marido, carreira, filhos, dinheiro?

Sou de uma geração impossível de ser classificada pelas últimas letras do alfabeto. E nem é uma geração propriamente dita, é praticamente um "gueto". Nascemos em mil novessentos e oitenta e poucos, crescemos imitando as mulheres adolescentes ridículamente independentes X, mas por alguma razão misteriosa fomos incapazes de seguir seus passos. Na hora do approuch saimos da quadra, voltamos para a casa da mamãe e fomos jogar playstation com os amiguinhos mimados/revoltados Y, dando início àquela que pode ser considerada como a "adolescência mais longa da história da humanidade" compreendida entre os 11 e os 29 anos.

Mas agora já tenho quase 30. JÁ SOU UMA MULHER DE 30. Lembro que quando pequena olhava para uma mulher "adulta" e via: casa, marido, crianças e rugas. Família, trabalho, gordura e dívidas. Não tenho nenhuma lembrança risonha de uma mulher mais velha. Acho que por isso desenvolvi uma repulsa a todo o esteriótipo de vidinha margarina Doriana. Tive uma ótima educação voltada para encontrar o tal "sucesso" por meio da concretização dos meus objetivos profissionais. Mas o tempo passava, a vida vivia, e o tal do sucesso não vinha. Por alguns anos juro que cheguei a pensar que o sucesso estava escondido na mochila de alguma barba mal feita, e eu tinha a certeza que no momento que ela se ajoelhasse choveriam estrelinhas prateadas e o tal sucesso aconteceria (surprise!). Parece que está encravado em nossas entranhas que a donzela precisa de um príncipe para obter tal êxito. (ou, pelo menos, mostrar para o resto da plebe que ela teve sucesso, não é mais uma entre as fracassadas)

Fracassadas, rs. Fazendo um balanço geral, a maioria das mulheres do meu "gueto" (menos eu Iuhuuuu) ainda mora com os pais. Ainda estão esperando o principe coxinha vir buscá-las com seu reluzente Honda City. Só que esqueceram de avisá-las que eles também decidiram esticar a adolescência um pouquinho mais. Algumas até deram a "sorte' (?) de se casar. Sim, sorte, porque casamento para mulher é como um Ritual de passagem. Sabe aquelas tribos africanas que se estouram num bungee jump improvisado? Ou que usam uma luva cheia de formigas? Ou que arrancam os clitoris? Então, para a mulher o sim no vestido branco é como acenar ao mundo e dizer: "- Olá mundo, agora eu tenho um homem e uma cozinha só minha. Agora eu tenho sucesso". É casando que a menina se torna mulher.

E as que ficaram aqui do lado de fora, o que elas são? Elas que cresceram, estudaram, viajaram, se divertiram, se apaixonaram, sofreram, choraram... Elas que vão para o trabalho todos os dias imaginando quando finalmente ganharão mais dinheiro ou farão algo que realmente as façam feliz... Elas que tiveram que aprender a conviver com uma enxurrada de tecnologias desnecessariamente necessárias e desenvolver (e manter!) uma vida extra-corpórea diferente da qual já estava fadada... Elas que tem 550 amigos, passam as tardes de sábado estudando para a pós (ou para as aulas de voo \o/) e as manhãs de sexta reclamando do happy-hour da tarde do dia anterior (nosso corpo já não é mais o mesmo...). Elas que começam a perceber as marquinhas, e machinhas, e ruguinhas, e quilinhos ganhos do nada que não querem ir embora nunca mais... Elas que ainda tem tantos planos, que ano que vem juram que vão mesmo fazer o mochilão na Europa, elas que se empetecam horrores para talvez encontrar "ele" naquela balada, elas que dormem e acordam e dormem e acordam... O que elas são?

 ...

Meninas.

Meninas de 30

E  posso afirmar, do alto do meu pedestal de uma mulher de quase 30 que eu não passo de uma menina.


Uma menina de 30.


Feliz Aniversário para nós!!!




Meninas de 30, quarta, 23/11. Especialmente para vc Zizi.












segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"A caixa dos segredos entalhados" e o "manual de como viver no amanhã"

Dias atrás retornei à casa de minha mãe para finalmente levar aqueles que seriam os últimos resquícios de minha passagem por aquele lar. Livros, papéis, fotos, brinquedos, encravados em uma estante de um porão que eu quase nunca visitei. Livros que eu nunca li. De todos os presentes que recebi, de todas as faculdades que frequentei, de todos os filmes que assisti. Fotos que "revelavam" um passado aparentemente feliz. Familia, conquistas, festinhas, viagens. Pessoas que foram, pessoas que chegaram, as que ainda estão por aqui e as que retornaram, muitas graças a existência desta "realidade virtual" que aparendi conviver. Sentada no chão, em meio àquele revirado de lembranças impressas, deparei-me com uma caixa.

"A Caixa". É engraçado que todo mundo possui um exemplar da bendita, mas ninguém fala a respeito. É o lugar mais secreto e profundo que uma pessoa possui fora do corpo. É ali que está guardado tudo o que já foi (ou será) importante em sua existência. Cartas de amores passados, tikets de viagens, guardanapos com corações, cartões de aniversário, mapas e itinerários, documentos vencidos, discursos para a cerimônia de entrega do oscar, sapatinhos de recém-nascidos, fotos e fotos e fotos... lembranças daquilo que aconteceu (ou queríamos que acontecesse) que, de alguma forma, pretendemos guardar para a posteridade. Como um troféu. Ou como um atalho...

Revirando a tal caixa encontrei um manuscrito, quase como um "plano de voo", elaborado exatamente há13 anos atrás. Colégio (o tal "ensino médio") concluído, jornalismo excluído (como assim você não vai fazer faculdade?Ah, Lila querida, por que diabos eu não te ouvi mesmo?), brilhante idéia de perseguir o sonho que me atormenta desde que eu me conheço por gente. Primeira aula de teatro: Elaborem um documento que contenha elementos de quem você é e o que você pretende para o futuro.

Futuro... palavra engraçada. O futuro aos 18 anos é uma página completamente em branco. Que eu redigi, com toda a fé e esperança que acompanha a idade. DRT aos 21, cinema aos 23, casada aos 25. Filhos? Só quando eu for velha, com 28 e olhe lá!!! Vida cronometrada, felicidade encomendada. Guardei a lição-de-casa e fui viver a vida que Deus me deu...

Hoje sou incapaz de precisar em que ponto o roteiro desandou. Ou mesmo os motivos que fizeram o certo não dar certo. Pensando bem, acho que ninguém nos prepara para o que realmente o futuro nos reserva. Acho que deveriam distribuir, ainda na mais tenra idade, um manual de "Como viver o amanhã". Manual que certamente deveria ser composto por capítulos como: "como não sucumbir as adversidades", "sabendo ouvir não", "aceitando a sociedade como ela é", "príncipes encantados não existem", "nada cai do céu", "você tem que trabalhar muito para conseguir o que deseja", "idéias malucas as vezes compensam","amigos são a família que lhe dará suporte na vida", "não tenha medo de arriscar", "o tempo passa muito rápido", "fazendo sua felicidade depender apenas de você" e, finalmente, mas não menos importante, "aconteça o que acontecer, nunca desista dos seus sonhos". Porque os sonhos sempre te perseguirão. E o sentimento de fracasso, acoplado à revolta de "não dar mais tempo", também.

Hoje eu penso no futuro de uma maneira presente. Não faço mais planos. E tento viver cada dia como se fosse o último. Aceitei que o amanhã é inalcançável, sempre dependerá do "hoje" para acontecer. Como qualquer pessoa, não teria dúvidas de encarar uma "máquina do tempo" para corrigir minha proa. Mas aceito e me orgulho de tudo o que conquistei. Por mais que estas conquistas nunca estivessem previstas no "plano de vôo"

A caixa agora possui outro endereço. Mas sei que os segredos ali contidos nunca sairão do meu coração.






Pensando como uma aviadora, talvez o vento de través derivou minha rota e no momento estou meio que desorientada. Talvez saiba o nível, a velocidade e até que estou rumo aos 3.0. Mas não faço idéia de que ponto estou nesta "carta da vida".

Mas isso é assunto para o próximo post...


"O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens..."
                
                                             (Renato russo)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Querido John

A vida quase sempre nos dá exatamente aquilo que a gente pede.
Eu lembro de me pegar assistindo àquele filme, e sempre me questionar:

- Por que será que eu nunca conheci um cara assim?

E então, um dia ele apareceu.

Lembro perfeitamente do momento que nossos olhares convergiram. Lembro dele chegando de mansinho, quase como se quisesse se aquecer. Uma noite estrelada, linda, fria. Um lugar tresloucado. Ele era enorme, e tinha uns olhinhos marejados que pouco combinavam com todo aquele porte. Era como se ali dentro coexistissem um gigante e um beija-flor. Um super-herói  e uma criança. Um menino e seu brinquedo.

Um menino. Ou o brinquedo. Não sei qual deles foi o responsável por incender a chama que se alastrou naquela cela. Cela onde há anos estavam trancafiados os momentos, os segredos, as amarguras. As emoções.  As desilusões. Foi como um lampejo de esperança que repentinamente consumiu toda aquela dor. Naquelas trevas agora ardia o fogo mais incontrolável que existe. E também o mais avassalador.

Perdi o chão, a noção, a razão. As pedras por testemunhas, o sol por progenitor. Era aquilo, era tão óbvio, pareceu que cada situação que eu já tinha vivenciado me preparou para aquele momento. Lembro do deslumbre despontando naquele vale, a luz dourada tangendo minha face, o cheiro entorpecente daqueles cachos cor-de-mel...

Cachos que que me faziam voar quilômetros e quilômetros. Era totalmente incontrolável. Como uma fissura. Meu vício. E de repente, contrariando todas as minhas pseudo-regras incorrigiveis, ignorando todo e qualquer resquício de experiência, de lisura, de rancor, alí me encontrava, despida de toda e qualquer racionalidade. Nua. Prostrada aos pés da efemeridade. Rendida. Incondicional.



Querido John,


Eu nunca tive coragem de perguntar os porquês
Mas doeu
Doeu muito mais do que saber
No fundo eu sei, e me arrependo por cada segundo mal resolvido
Por cada atitude desvairada
Por cada auto-ilusão impostada

Mas eu queria dizer que, de um jeito alienado, eu amei
Que eu amei cada "viagem"
Que eu amei cada sorriso
Que eu amei cada deslize

Que eu te amei em cada segundo.

...

Que tudo o que eu queria agora é conseguir dissipar essa "brisa" que ficou em mim.





E quem sabe, nesse deserto de almas, encontrar outro espirito livre.

Para tentar não mais errar.




"Just like a star across my sky
Just like an angel off the page
You have appeared to my life
Feel like I'll never be the same
Just like a song in my heart
Just like oil on my hands

Honor to love you"








terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amor por conveniência (ou a valsa dos amores desencontrados)

Elas dizem que eles não querem nada sério. Eles dizem que não conseguem encontrar ninguém legal. De uns tempos para cá ando percebendo que micaretagem perdeu um pouco seu papel social. Se, por um lado, é um excelente momento para conhecer o maior número de prospects possível, por outro lado os relacionamentos criados nestas situações são rasos e parecem ter um curto prazo para expirar.

E essa percepção surge de ambos os lados. Tanto que dificilmente alguém cai na noite visando encontrar o amor de sua vida. No máximo alguém para apaziguar instantâneamente o vazio. Sim, aquela sensação de incompletude que todos carregam mas não assumem. Todos querem ser amados. Mesmo que seja por algumas horas. Mesmo que por somente alguns minutos, na esperança que a dor diminua.

Sim, ela ameniza. Mas não sara.

E dá-lhe intermináveis domingos (ou sábado, ou tantas feiras) gélidos e cinzentos, com parcas tentativas de aliviar a solidão. Sofá, TV, cinema, parque, shopping, praia. São muitas as oportunidades para desviar a atenção.Oportunidades que fazem você esquecer as perguntas, mas dificilmente lhe dão as respostas.

E ai a semana recomeça, cíclica, previsível. E você continua na balada, e continua se perguntando "onde estão as pessoas que querem amar nessa cidade?"

...

Eu digo que TODAS as pessoas querem amar. E todas elas estão a procura de um amor. Têm as que já o encontraram, tem as que estão cuidando do próprio jardim. Tem aquelas que dizem querer focar na carreira, tem as que dizem que acabaram de terminar de um relacionamento complicado. Mas TODAS, todas elas querem o conforto de ter alguém para dividir a vida. Em qualquer momento que esta a vida esteja. O que acontece é que, geralmente, essas pessoas não se encontram.

"O grande baile da vida". Máscaras, julgamentos, preconceitos, idealizações. Pressa. Todos os dias, a todo o tempo, esbarramos no amor. Mas a maior parte deste amor está destinada a outros indivíduos, que também estão no baile, e jamais se encontram. Ou dispensam esse amor, na esperança de se deparar com um "amor melhor". Como se o amor tivesse escala. Eu conheço pelo menos uma dúzia de homens interessantíssimos que estão a procura de um relacionamento sério. E tantas duzias de mulheres. Mas estes seres ou não se bastam, ou não se encontram. Nunca.

Mas e ai? estamos todos fadados a viver sem amor, ou amar quem não nos ama, numa infinita quadrilha Drummondesca?

Seria tão bom se as pessoas abaixassem suas guardas, e passassem a enxergar melhor o outro sem as barreiras que as máscaras impõem. E se entregassem. Mesmo que seja por um "amor pior". O fator "paixão" é importantíssimo, mas você já contou quantas vezes se apaixonou sozinho? E se você desse a chance para essa "paixão" acontecer com o tempo? Com a convivência? Com a companhia?


Pare de reclamar e começe a jogar amor em tudo a sua volta. Ame, mas não como se esperasse ser amado em troca. Ame, e permita-se dar a chance para aquele relacionamento menor que você certamente tem em sua órbita. Aceite o pouco que o outro tem a lhe oferecer. Se vocês tem os mesmos objetivos, porquê não tentar? Só a conveniência da companhia nas situações melancólicas já vai valer a tentativa.


E, quem sabe, esse pode ser o tal "grande amor da sua vida"?






Ele não pediu para que eu pulasse. Disse que estava lá embaixo, escalando, para sentar de mão dadas comigo na beirada do abismo.

E depois a gente decidiria se valeria a pena pular. Ou não.










 
 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Escaras

- Para você é muito simples: você se atira sem tem a menor noção do que te espera lá embaixo.

- Mentira! Eu não queria ter me jogado dessa vez. Aliás, acho nunca relutei tanto em aceitar que eu teria que descer. 

- Ah vá. Não vem não, primeiro você se jogou e depois ficou procurando alguma coisa para se agarrar no caminho porque percebeu que estava indo fundo demais. Você sempre pula, sem nunca inspecionar a área.

- Sim, e na maioria das vezes eu me estrepo.

- Sim, e na maioria das vezes você também sobe muito rápido. Tipo, você já sabe o caminho, conheçe as pedras que estão relativamente fixas, e em muito pouco tempo esta lá, pronta para cair de novo. Você gosta disso.

- Não, eu não gosto não. Eu não sei porque as pessoas tem mania de achar que eu gosto disso. Só eu sei o quanto me machuco. As feridas nunca cicatrizam.

- Tudo bem. Mas é muito melhor ter essas feridas do que nunca ter saltado.

...



- Pode ser. Mas não pense que é fácil lidar com a dor de não saber quantos pulos ainda me restam...



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Nada será como antes

Ah, a superação! E, tudo aquilo que eu dizia, que parecia anos-luz distante da pseudorealidade que nos encontrávamos, aconteceu. O tempo, impiedosamente gracioso, atenuou as amarguras e consolidou os objetivos, nossos doces objetivos. E hoje, conseguimos rir e traçar projetos conjuntos, sem que cúmulos-nimbos relampeiem em nossa aura. E eu agradeço muito por isso.

Mas continuo sendo a maior fã de seus textos, mesmo quando sua maior inspiração era a dor que nos unia.


500 dias sem ela - uma reencenação


Bem que ela avisou. Assim que saímos da sessão de 500 Dias com Ela, na Mostra passada, fez apenas uma observação sobre a minha falta de empolgação com o filme:

- Espera eu te abandonar um dia, igual a menina fez. Daí será o filme da sua vida.

Pois dito e feito. Quase 365 dias depois, o personagem Tom Hansem passou a ser uma encarnação do meu cotidiano atual. Ou vice-versa. Tenho até um pouco de medo de encarar o DVD novamente, pode me soar familiar demais. A reencenação daquilo tudo na minha vida real já dói o suficiente.

O teto do meu quarto virou uma tela de cinema, onde as cenas do meu romance fracassado revezam exibições com clipes de Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Closer, Antes do Pôr-do-Sol…

Mas o que não para de rodar é mesmo o tal do 500 Dias com Ela. Eu já nem sei mais dizer onde eu termino e o  Tom entra em cena. Especialmente no trecho em que seus amigos (ou seriam os MEUS amigos?) dizem:

- Você tem de superá-la.

E eu (ou Tom?) responde:

- Eu não quero superá-la. Eu quero ganhar ela de volta.

Como eu pude ser tão insensível a ponto de não me comover com uma fala dessas no cinema? Acho que tudo isso deve ter sido alguma espécie de maldição dos deuses da sétima arte.

Lembro do final do filme, quando Tom encontra uma nova garota, e nós da plateia pensamos “oh-oh, vai começar tudo de novo…”. Os mais otimistas acham que nessa próxima aventura finalmente o herói encontrará sua musa definitiva. Mas pensar em outra é algo muito distante para quem ainda está na fase do “quero ganhar ela de volta”.

Seja como for, a Mostra está aí novamente, para mostrar que a vida segue seu caminho, para o futuro e de forma cíclica. Quem sabe numa dessas voltas o destino não a jogue no meu colo novamente?

Até lá, o cinema particular do teto do meu quarto só passa filme repetido.

 

Exatamente


“I won’t let you close enough to hurt me
I won’t ask you, you to just desert me
I can’t give you what you think you’re giving me
It’s time to say goodbye to turning tables”


Qual é o papel que me cabe agora? Nesse roteiro escrito a quatro mãos cujo final foi um fade out abrupto, daqueles de deixar o público se perguntando: “é só isso”?

Agora que você escreve suas histórias com outras companhias, passeia por outros cenários, enquanto eu sigo nesse bloqueio criativo que me deixa sem ar?

E não há espaço para mim, eu sei, não algum que eu queira preencher. O destino será caçar traços seus em outros rostos, suas palavras em outras vozes, ou então procurar exatamente o oposto do que você era, e assim apenas provar que não, ainda não te esqueci.

O passado acabou, o presente é opaco e o futuro parece longe demais.

 

De dentro da solitária


Pelas grades, vejo o sol se pondo.

Mais um dia sóbrio. Lá se vai uma semana desde o dia em que fui obrigado a me despedir do meu vício, desde que minha vida passou a ser uma incessante e intensa crise de abstinência.

Não que alguém se importe.

Penso em começar a fumar, não para aliviar a tensão, mas só para ter uma companhia. Não adianta, seria apenas mais uma decisão errada. Mais uma das muitas que me colocaram nessa cela.

Ainda há fios de cabelo dela pelo chão.

O cobertor extra que eu tinha acabado de comprar para o caso dela vir me visitar nunca foi estreado. E nem adianta tentar usá-lo para me cobrir. O frio não passa.

Tento acreditar nas suas justificativas, mas não consigo. E mesmo se fossem verdades, então seria simplesmente estupidez realmente achar que é melhor ter duas vidas vazias e despedaçadas ao invés de uma em comum que, de alguma forma, se completava.

Mas eu aprendi a lição. E esse crime eu não cometo mais.


...


E eu estarei sempre por perto.
Mesmo que os buracos-negros da vida dilacerem nosso elo.

Eu te desejo todo o sucesso o mundo!





Estréia Sexta, 12/08 as 24h, no Reserva Cultural.
 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

TUDO PALHAÇO!


Dia desses estava perambulando pela net quando deparei-me com um blog que seria absurdamente cômico se não fosse ridículamente trágico. Respeitável e popular, diga-se de passagem, estava recheado de histórias tão bizonhas que facilmente poderiam ser classificadas como mentiras. É, mentiras, claro, se não houvesse tamanha identificação com os relatos, os cenários, as personagens... Ah, as personagens... Juro que poderia trocar os nomes originais pelo de qualquer uma de vocês, que não faria a menor diferença. E, no lugar do "final feliz", as histórias sempre se encerram com uma constatação óbvia: HOMEM É TUDO PALHAÇO!!!

Exatamente. Pai, irmão, avô, primo, amigo, peguete, namorado, marido, conhecido, estagiário, chefe, empregado... porteiro, garçon, taxista, vendedor, contador, carteiro, médico, advogado...  não importa qual seja o seu grau de relacionamento com o ser. Se é homem, é palhaço. Simples assim. 

O primeiro palhaço que a gente tem contato é o palhaço pai. Se vc é a mais velha, com certeza tem uma foto de bebê vestida com um macacãozinho ridículo com o brasão do time dele. É o primeiro show que você assiste (o que quer que isso signifique). No fundo, se você não tem a menor idéia do que se passa na cabeça de um homem (digo, de um palhaço), a culpa é do seu pai que, coorporativamente, "passou um pano" para os demais artistas circences decadentes que iriam se apresentar na sua vida.

Conforme crescemos vamos nos deparando com os demais representantes da trupe. É o palhacinho que te chama de gorda na escola (girafa, quatro-olhos, Mônica, Olívia Palito) ou qualquer outro insulto que, anos mais tarde, serão revelados como grandes responsáveis pelas suas neuroses atuais. Aprendiz de palhaço que te ilude para colar na prova ou roubar seu caderno, pequeno palhaço vizinho que te empresta o carrinho de rolimã (nossa, esse eu desenterrei) só para você se espatifar na ladeira e ser motivo de chacota na rua...

Creio que a grande maioria dos palhaços a gente conhece depois de ingressar na carreira de empresária circence. Palhaço peguete, ficante, namorado, marido... sim, aquele por quem você desenvolve ligações emocionais e que, em quase 100% das vezes, te decepciona.

Palhaços possuem muitos números populares e costumam treinar os futuros palhacinhos para desempenharem seus truques com louvor. Tem o número do ocultamento (sim, ocultar que você está acompanhado quando uma outra empresária circence liga não é exatamente mentir né?), tem o número da ausência de memória (o quê? eu combinei isso? não, você está equivocada), o truque da transferência da culpa (não é você, sou eu), o número da disputa encerrada (ah, agora que você largou dele para ficar comigo eu não tenho mais que me esforçar, certo?). Tem também o número da dissimulação (não, nem sei quem é essa menina), o do esquivamento (eu amo você, mas não quero compromisso agora)... são tantos os truques que podiamos até promovê-los a mágicos do nosso circo.

Entretanto, o número que os palhaços são mestres gabaritados em realizar  é o "truque do desaparecimento". Sim, aquele sumiço bizarro que pode acontecer parcial ou permanentemente. Você, empresária circense (licença poética (.sic) do blog), deixa o palhaço se apresentar no seu picadeiro, contrata, assina a carteira, e de repente, PUFT! Cadê o palhaço que estava aqui? (e nem adianta procurar: sms no vácuo geralmente é seguido de caixa-postal, de um "só acordei agora" ou de um já "te ligo" "ad infinitum")

Enfim... existem tantos tipos de palhaços que eu precisaria de uns 100 posts para discorrer sobre eles. Acho que vale dar uma passada no blog para conhecer a maioria deles.

Bom, pelo menos os catalogados.






TUDO PALHAÇO!


Até aqueles que amamos...

Eu, Luana, empresária circence desde 1981. Picadeiro fechado para reforma.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

10 razões para você não alterar seu status no facebook

Sábado estava eu brisando com meu gato a respeito do facebook (que, btw, ele não entra quase nunca), quando ouvi um sonoro "ah, eu nunca coloquei namorando em rede social". Mordi a lingua para não revidar automaticamente com um "sempre tem a primeira vez". E esse microssegundo foi responsável por uma das reflexões mais pertinentes que já recaiu sobre minha personalidade exibida e egocêntrica.

1- Alterar status atrai muita atenção: Sim, mesmo por apenas alguns minutos você vai aparecer na timeline de alguém que vai ficar ciente da situação. E certamente vai comentar com outras pessoas. Se essa pessoa possui algum interesse por você, ela vai se manifestar, o que leva à razão número...

2- Você vai ter que lidar com os curiosos: Eles vão te perguntar: "como assim? mas e o fulano de tal?" (sua prima de Piracicaba) "Por que eu sou sempre a última a saber" (aquela amiga que você não vê a tempos) "Ah, que bom, seja feliz?" (aquele cara da faculdade que você nunca conversou pessoalmente, que de repente vai começar a falar cada vez mais com você, levando à razão número...)

3- Vai chover na sua horta: É mais ou menos como Murphy explica. E homem fareja homem. Assim, o gatinho da escada rolante e até aquele amigo nerd do seu irmão vão começar a dar em cima de você. Não porque eles estão a fim. Mas porquê você não está mais disponível, e homem que é homem só valoriza na ausência. Eles nunca mais deixarão de visitar seu perfil, o que nos leva à razão número...

4- Você vai começar a ser monitorada. Sim. Você vai receber muito mais visitas em seu perfil, em seus albúns, cada comentário vai gerar mais "curti" e comentários do que o de costume. Se você linkar o relacionamento então, as visitas também acontecerão no perfil do seu namorado, que leva à razão número...

5- Você vai atrair milhares de Piriguetes. FATO. Assim como seus colegas, as meninas também costumam desenvolver um interesse sombrio pelo namorado alheio. Se você for bonita, então, esse número é multiplicado por mil! Piriguetes sempre tentam descobrir o que aquele cara tem de tão especial, e as visitas no perfil do seu namorado poderão gerar várias dores de cabeça, principalmente quando as piriguetes fazem o caminho inverso, ou seja, migram do perfil dele para o seu, o que nos leva à razão número...

6- Invasão rosa. Elas vão vasculhar seu perfil. Cada milímetro dele. Vão achar aquela foto horrivel que um amigo te marcou no ano passado e mostrar para as amigas o quanto você é feia. Elas vão criticar seus hobbies, sua educação, seu trabalho, seus amigos e até seu último "curtir" no post daquele amigo designer. Essa intensa mobilização culminará com a razão número

7- Mau olhado: Você vai bocejar. Espirrar. Longa e repetidamente. Sua orelha vai ficar quente no meio do dia. Suas unhas vão começar a rachar. Sua colega será promovida no seu lugar. Seu pneu vai furar. Seu cabelo vai começar a cair. Um vulcão vai resolver exalar cinzas vulcânicas justamente naquele feriado onde você e seu namorado iriam fazer aquela viagem romântica, o que acaba por culminar na razão número...


8- Você vai ficar chata. E insegura. Essa insegurança vai fazer com que você não confie mais na sua capacidade de atração. Você vai começar a procurar pêlo em ovo, vai se doer com os comentários mais imbecis ever, vai começar a comer enlouquecidamente, vai engordar, vai ficar mais feia e fazer jus aos comentários das piriguetes, o que te leva à razão número...

9- Neuróticas S.A. Toda a sua vida será prejudicada. Você entrará em depressão profunda, aliada a uma paranóia que vai afetar até o seu trabalho. Sem trabalho, embarangada e deprimida, dificilmente este namorado vai suportar ficar com você muito tempo, o que culmina na razão número

10- Você vai ter que alterar seus status novamente. Simples assim.


...


Então, se você quiser manter seu relacionamento (qualquer que seja ele) saudável e livre de influências externas (bom, pelo menos as virtuais, rsrs), acho de bom grado que você esconda seu status.

Permanentemente.


...








É obvio que isso é uma brincadeira. Sinceramente acho que as pessoas tem que manter a individualidade em tudo aquilo que elas se propõe. E acho que ninguém tem muito a ver com nosso vai e vém amoroso. Vincular nossa identidade pode até ser bonitinho, mas no fundo é uma forma de auto-afirmação do tipo: "Ei, eu sou melhor que você, pois alguém gosta de mim!"

terça-feira, 17 de maio de 2011

Espelho

Ele me olha como se eu fosse a mulher mais linda do mundo. Como se eu fosse única no mundo. E eu cedo a seus caprichos sempre, embora ás vezes hajam tentativas adocidadas, quase sempre inúteis, de negar os desejos que emergem da direção daqueles encantadores par de cílios cor de trufa. De chocolate. Amargo. Recheada com licor. De cereja.
E que eu tenho vontade de morder. Pois é isso que a gente sente quando não se sabe ao certo o que fazer. Os instintos afloram. Gritam. Parca tentativa de sinalizar que alguma coisa está acontecendo. Que devemos ficar alertas. Uma espécie de alarme auto-ativado impossível de ser controlado pelo nosso lado esquerdo do cérebro.
E talvez simplesmente não haja o que fazer. Então eu mordo. Não porque estou em busca de defesa. Nem porque não sei o que fazer.
É porque ele me olha. Ele me enxerga.
Como eu realmente sou.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Guia prático de como terminar um relacionamento e não sair como a vilã da história

Dias desses estava revendo um vídeo que costuma me fazer rolar escada abaixo e ainda levantar cambaleando de tanto rir. Em 64 passos simples (super, super simples) ele ensina aos espectadores masculinos como terminar seu namoro (dá até dicas de como será o dia seguinte) e conseguir superar o ônus dessa tarefa árdua. O problema foi que, dessa vez, ele gerou uma reflexão que passou despercebida nas exibições anteriores:

- Por que será que os homens enrolam tanto para terminar um relacionamento?

Do que eles tem medo? Que a gente chore, faça escândalo, surte, bata neles? Ou que risque o carro (ahahaha), ligue para a mãe, saia espalhando sobre o tamanho do probleminha (hehehehe)? Uma vez eu li que um cara prefere ter um braço arrancado por um ônibus a falar que uma fulana não é a mulher da vida dele.

Bom, por medo da nossa reação ou por pura comodidade (afinal, é bom poder contar com a disponibilidade dos nossos serviços sempre que necessário), a grande verdade é que a maioria dos homens são covardes. Mudam de atitude, começam a encrencar com coisas absurdas, somem, mentem, aprontam, enfim, fazem de tudo para que nós, as moçoilas mal amadas, tomemos a iniciativa

Mas nós, ao contrario, não gostamos nem um pouco de perder tempo. Se não dá mais, não dá. O que faz algumas protelarem talvez seja a carência (afinal, o mar não tá lá assim para tanto peixe), ou a dó pelo sujeito, mas o fato é que uma hora ou outra tomamos a iniciativa. E ainda saímos como as vilãs da história.

Por isso, após anos e anos de encontros e desencontros, desenvolvi um "guia prático de como terminar um relacionamento e não sair como a vilã da história!", dividido por níveis de proximidade, afinal, dar um perdido num casinho de fim de semana não é a mesma coisa que em um namorado de 4 anos (apesar de que, no final, a essência da bota é a mesma: forçar um compromisso).

Uma noite: Sou completamente out desse naipe de relacionamento, mas se rolar, a melhor saída pedir para alguma amiga te ligar e inventar um que é um ex. Um ex recente. Muito recente, tipo 3 dias de rompimento, chorando, desesperado, querendo se matar. Peça desculpas para o moço e vaze dali. Se não rolou nada ainda, diga que está em abstinência por opção. Ou por motivos religiosos. Não dê seu telefone, nem sobrenome, nem nada do tipo. Se não funcionar (ou se vc já tiver feito a besteira de dar os seus dados), não ignore o rapaz, converse sempre que puder, e sempre que ele te chamar para sair diga que está ocupada. Trabalho, sempre trabalho, academia, trânsito, afinal, quem consegue tempo para se divertir nessa cidade? Se nada disso rolar, sai com ele novamente, leve um bolo e diga que é para celebrar o segundo dia juntos.

Casinho: Acelere as coisas. Se ele mora sozinho, comece a dar presentinhos para o apê dele. Se não, começe a citar a mãe dele em conversas nada a ver. Comece a usar o termo "nós" com muita frequência e faça muitos planos para o futuro (onde nós vamos passar o ano novo?). Adicione algum amigo dele do facebook e diga que você é a fulana, namorada do siclano. Convide-se para as festas de família ou dos amigos dele. Começe a elogiar as roupas, mas dê um pacote de meias novas (ou cuecas) para ele. Impeça-o de fazer coisas simples, como ir na casa da mãe lavar a roupa ou ficar no happy da galera do trabalho. Em três dias o fulano some.

Namorado: Mesmo princípio do parágrafo anterior, mas com maior intensidade. espalhe para todos os amigos que vocês estão de casamento marcado. Vá em uma loja de noivas, tire fotos vestida de noiva e pergunte a opinião dele. Começe a ligar para a sua sogra com muita frequência, leve ela para ajudar nos preparativos do casamento. quando ele vier questionar, diga que vc já viveu tudo o que tinha para viver, já aproveitou muito a vida e está na hora de ir para a próxima fase. Afinal, você já tem quase 30 anos e todas as suas amigas estão casadas ou se casam em breve.

Outra que funciona muito bem é:  faça uma reserva num restaurante digno, e leve alguma ultra-sonografia velha que você tenha em casa. olhe bem no fundo dos olhos dele e diga, fulano, eu sei que a gente se ama e o nosso relacionamento está muito bom como está, mas eu preciso decidir o rumo da minha vida (moste as ultra-sonografias). Eu estou com 29 anos e a médica me disse que eu tenho o útero retrovertido (kkkkk), ou seja, se eu não engravidar até os 30 não conseguirei mais ser mãe. Eu sei que esse não é o momento ideal para a gente ficar junto, mas eu sempre sonhei em ser mãe, e isso vem em primeiro lugar. Se você não me ajudar a realizar esse sonho, vou ter que procurar alguém que queira ser o pai do meu filho. (:P)


Garanto que todas essas dicas funcionam em 90% dos casos. Eles desaparecem e você sai de conciência tranquila e como a boa moça da história...

Só tem uma ressalva: se ele for daqueles que realmente gostam de você, e concordarem com a loucura da situação...

Ai, minha amiga, é com você.

Porque nem eu até hoje consegui me livrar dos últimos 10%, ahahahaha




domingo, 13 de fevereiro de 2011

10 razões porque devemos gostar de estar solteiras.

Percebo que o mundo a minha volta debandou. Ou não, pode ser que sempre tenha sido assim, e só agora eu presto atenção nisso. Talvez porque esteja solteira. Ou pelo menos tentando estar. Mas o fato é que, de uns tempos para cá, a mulherada meio que enlouqueceu. E originou-se literalmente uma guerra de estado civil. As comprometidas andam vangloriando-se de suas conquistas a todo instante, quase como se toda a felicidade do mundo dependesse de uma argolinha dourada. Ou de uma fralda suja. Eu tenho uma amiga que, de cada cinco expressões, quatro são " meu marido". Outra se tornou uma eremita depois que jogou o buquê. Tem aquelas que não podem fazer nada por causa do namorado, e tem aquelas que têm um namorado só para poder dizer que não podem fazer nada. Os encontros das meninas, cada vez mais escassos, acabaram por se tornar irritantes.

- Ai, eu vi uma veneziana (heim?) linda na C&C...
- Não, eu não faço isso, fulano não deixa...
- Ah, eu nem vou convidar porquê só vai casal...

E então elas despedem-se e seguem em suas carruagens rumo a seus lindos castelos encantados. Precisam ir cedo pois precisam lustrar os talheres de prata...
E nós, do outro lado da mesa, ficamos matutando... wtf? Por que elas têm essa necessidade mórbida de auto-afirmação?

....

E após horas e horas de reflexão (kkkkk), chegamos a conclusão que elas fazem isso porquê... É BEM MELHOR ESTAR SOLTEIRA!

1- Compromisso Embaranga: e engorda. FATO. Programinha de casal quase sempre envolve comida. E, para quê gastar dinheiro com depilação, cabeleleiro, academia, ele gosta de mim do jeito que eu sou... (Repare na quantidade de jagunças com caras apresentáveis) 

2- Adeus livre-arbítrio: Onde você está? Por que não atendeu o telefone? Por que você foi no happy hour e não avisou? Não, esse fim de semana eu quero ficar em casa. Não, a gente tem que ir pois preciso fazer média com o meu chefe. Pô, para quê ir no motel e gastar dinheiro com isso? Ah, não acho que você deva ir até lá...

3- Planejamento singular: Eu posso usar essa saia. Eu pago a minha entrada. Eu vou ficar o dia todo vendo vitrine no shopping. Eu vou assistir 4 sessões seguidas no cinema. Eu vou fazer aulas de pole dance. Eu vou fazer um mochilão no Egito, e daí?

4- Ter 50 amigos e sair com todos eles: Solteiros têm mais amigos. Solteiros divertem-se mais. Solteiros podem se dar ao luxo de falar horas e horas com uma pessoa do sexo oposto sem ficar com peso na consciência...

5- Abandonar as obrigações profissionais: Podemos trocar de emprego. Podemos largar nossa profissão. Podemos fazer 5 MBAs na gringa. Ou não. Posso largar tudo e me mudar para o Tibet. Ou para Amsterdã.

6- Experimentar sem esquentar: Visitar um Swing. Pintar as unhas de verde. Virar ruiva. Sozinha aquela viagem para São Tomé das Letras é muito mais insana...

7- Conhecer gente nova: Você pode se inscrever em um site de relacionamentos. Você pode ficar de trelêlê com várias pessoas ao mesmo tempo. Você pode praticar a arte do flerte. Você pode fazer doce. E, como diz uma amiga, não é porquê você deixa algo cozinhando que as outras bocas do fogão devem ficar vazias...

8- Carnaval. Solteiras tem 4 dias de carnaval. O resto só tem um dia dos namorados...

9- A arte de poder não fazer nada: O que você vai fazer no sábado? Eu? NADA.

10- Sogra. Heim?

Eu bem sei que essa lista poderia expandir-se até o infinito.
E que também existem desvantagens na single life.

Mas e daí?
Eu prefiro muito mais a minha companhia do que gastar meu precioso tempo livre com um idiota qualquer, só para exibir o troféu.

Ah, você tem um marido? Jura?
Meus pêsames, ahahahahaha

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cinco Takes

Ele diz que a vida dele divide-se entre antes e depois de sua presença.
Ela diz que isso é frase feita de filminho cor-de-rosa bollywodiano.
Ele diz que ela é unica no mundo
Ela diz que ele tem 6 bilhões de opções.
Ele diz que não entende porque eles não estão juntos.
Ela diz que eles estão, mas não do jeito que ele gostaria.
Ele diz que daria a própria vida pela felicidade dela.
...

Ela diz que adorou conhecê-lo.
Ele diz que adorou a companhia dela.
Ela diz que ela realmente gosta dele.
Ele diz um cordial eu também, você sabe.
Ela não diz, mas adoraria passar mais algum tempo com ele.
Ele não diz, mas sempre deixa claro que ela já terminou sua tarefa.
Ela não diz, levanta, põe a roupa e fecha a porta.
...

Ele diz que sente muito a falta dela.
Ela diz que também, mas é melhor deixar as coisas como estão.
Ele diz que quer revê-la, nem que seja por um instante.
Ela diz que tudo bem, pois precisa devolver as coisas dele.
Ele diz que se arrepende e gostaria de começar do zero.
Ela diz que é melhor deixar a poeira abaixar.
Ele diz que ele a ama e vai amar ela para sempre.
...

Ele diz que finalmente ela aceitou o convite.
Ela diz que precisava da ajuda dele.
Ele diz que não bebe nada.
Ela diz que também não, mas acaba pedindo um curaçau.
Ele diz que ele faz uma ótima massagem.
Ela diz que ele já usou essa com ela
Ele diz que ela tem cinco opções.
Ela diz para ele pedir logo a conta.
...

Ele diz que ela despreza as mensagens dele.
Ela diz, mentindo, que nunca recebe nada.
Ele diz que quer muito encontrá-la para um café.
Ela diz que está trabalhando muito, mas que assim que possível agendará.
Ele diz que ela tem uma boca linda.
Ela diz que até gosta de conversar com ele.
Ele diz que tem certeza que eles formariam um casal perfeito.
...



Ela não diz, mas só o que ela queria era um ele que ajudasse a preencher esse vazio dela...


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Poeira Cósmica

No fundo, é tudo uma coisa só.
Nada difere, ninguém difere, é tudo uma questão de ponto de vista.
Esta mesma vista que, por algum motivo definitivamente impossível de ser explicado com os melindres da racionalidade humana, é incapaz de se alinhar completamente com as adjacentes. E ai surgem os conflitos. As inquietudes. As desilusões.

Somos todos parte de um tudo, tão solitário e tão individual quanto somos nós mesmos. E essa incapacidade nada autruísta só reforça o fato de que, apesar de vivemos no mundo que queremos viver e sentirmos o que queremos sentir, é tudo apenas pó, que vai e volta, surge e some.

E que pode se unir. Ou ser lançado ao vento.

O Parque da Vida

Dia desses li em um desses aplicativos toscos do fb que estar solteira era como estar em um parque de diversões. A analogia era pautada puramente no sentimentalismo fisiológico, mas me ocorreu que também podemos correlacionar a single life com a experiência da visita ao parquinho propriamente dita.

Passaporte: A gente compra, dá ou ganha. Pagamos caro. Ou com desconto. Às vezes pagamos de loucas e aparecemos lá na cara de pau. Algumas só vamos porque todas nossas amigas vão. Noutras, porque estamos entediadas. Mas sempre que estamos quietinhas em casa, ouvimos falar que o parque é demais (e não é?), e ficamos doidas para dar um pulinho lá, nem que seja só para andar em um brinquedo.

Brinquedos: Tem pra todo o gosto. Mais perto, mais longe, grandes, pequenos, novos, velhos, reais, virtuais, emocionantes, pacatos, os que a gente paga (às vezes caaaro!), os inclusos na entrada, os de sorte, os de azar... uns molham, outros nos deixam encharcadas (ahahaha). Tem os que assustam, tem até pra quem quer levar uma criança (essa ai eu tô fora!). Em alguns a gente brinca por influência. Em outros, porque alguém indicou. Tem uns brinquedos que sempre estão fechados (e que, normalmente, todo mundo fala que é o máximo). É tanta opção que, toda vez que a gente decide por um, sobra aquela coceirinha de "eu devia ter ido ali..."

Filas: Todos tem. Todos. Mesmo que seja
 só para dar uma voltinha. Para comer então... Umas maiores, outras menores (umas cheias de modeletes e outras cheias de barangas). Tem vezes que enfrentamos uma fila monstro para dar uma voltinha e percebemos que nem é tudo aquilo que esperávamos (quando começa a ficar legal, acaba). Noutra, um brinquedinho vazio que a gente vai só para listar na contagem final (ahahaha) acaba nos surpreendendo.

Lanchinho: Você pode trazer de casa, tentar a sorte em alguma lanchonete ou no restaurante. Normalmente a comida é ruim e cara, mas você engole assim mesmo porque prefere isto a passar fome. Tem quem espere a hora do almoço, e quem prefira ficar beliscando o tempo todo. (ai entra a máxima da quantidade x qualidade)

Souvenirs: Normalmente levamos alguma coisinha para provar que estivemos ali. Um badulaque. Uma marca. Pode ser, inclusive, só uma foto na saída daquele brinquedo espetacular para mostrar para as amigas (ahahaha, carimbo nele!). Eu acho isso o fim, até porque, muitas vezes nem escolho estar no parque. Se bem que isso acaba se tornando uma desculpa para voltar... (confesso que as vezes rola de ficar com uma blusa. Um óculos. Um cachecol. Ou um cheiro entorpecente que não sai da minha nuca...)
O fato é que, no fim do dia, apesar de toda a diversão, bate a sensação de estafa, um vazio, aquela angústia estarrecedora que nos faz querer voltar para casa. E, quando vamos dormir, fica aquela malemolência (ahahaha), quase arrependimento, de como se estivéssemos acabado de desembarcar de um cruzeiro.

E ficamos ser querer visitar aquele lugar por muitos anos...

...

Lugar que fica na nossa mente... e para onde acabamos sempre voltando.


domingo, 9 de janeiro de 2011

2011

Eis que chega o penúltimo ano do mundo!

E, após uma temporada literalmente sabática de idas e vindas e voltas e tal, inicio 2011 totalmente de voltas as origens, menos infeliz, menos estressada, e ainda esperando aquela proposta profissional supimpa, que me garantirá nadar eternamente em uma piscina de dinheiros (sic)!!

Enquanto ela não vem, distraio-me com os mimos enviados pelos deuses das artes ( Atena, Apolo, acho que até o sr. Dioníso) que certamente estão conspirando a meu favor.  De repente ando ganhando mais concursos que o habitual, e os prêmios vão desde passaportes VIPs para cinema, passando por vale-compras de ingressos batutas e culminando em entradas infinitas para o teatro. Então, vamos aproveitar a maré de sorte e iniciar esse meu ano de leão afundando o pé nas latas cheias de tinta, esperando que esse lado negro da força ainda me proporcione grandes alegrias nos meses que estão por vir.

Aproveito também para arquivar por aqui os posts do menina 3.0 (in memoriam).

E como não poderia deixar de ser, celebro ao início desse ano art-cult com uma das criações do Cão, ser que encabeça a lista de pessoas que eu tenho que "dar um sumiço" a fim de alcançar meu propósito financeiro-hedonista.

Feliz 2011!!


s/título
técnica: giz pastel oleoso, massa corrida sobre MDF
tamanho : 50X50