segunda-feira, 25 de julho de 2011

TUDO PALHAÇO!


Dia desses estava perambulando pela net quando deparei-me com um blog que seria absurdamente cômico se não fosse ridículamente trágico. Respeitável e popular, diga-se de passagem, estava recheado de histórias tão bizonhas que facilmente poderiam ser classificadas como mentiras. É, mentiras, claro, se não houvesse tamanha identificação com os relatos, os cenários, as personagens... Ah, as personagens... Juro que poderia trocar os nomes originais pelo de qualquer uma de vocês, que não faria a menor diferença. E, no lugar do "final feliz", as histórias sempre se encerram com uma constatação óbvia: HOMEM É TUDO PALHAÇO!!!

Exatamente. Pai, irmão, avô, primo, amigo, peguete, namorado, marido, conhecido, estagiário, chefe, empregado... porteiro, garçon, taxista, vendedor, contador, carteiro, médico, advogado...  não importa qual seja o seu grau de relacionamento com o ser. Se é homem, é palhaço. Simples assim. 

O primeiro palhaço que a gente tem contato é o palhaço pai. Se vc é a mais velha, com certeza tem uma foto de bebê vestida com um macacãozinho ridículo com o brasão do time dele. É o primeiro show que você assiste (o que quer que isso signifique). No fundo, se você não tem a menor idéia do que se passa na cabeça de um homem (digo, de um palhaço), a culpa é do seu pai que, coorporativamente, "passou um pano" para os demais artistas circences decadentes que iriam se apresentar na sua vida.

Conforme crescemos vamos nos deparando com os demais representantes da trupe. É o palhacinho que te chama de gorda na escola (girafa, quatro-olhos, Mônica, Olívia Palito) ou qualquer outro insulto que, anos mais tarde, serão revelados como grandes responsáveis pelas suas neuroses atuais. Aprendiz de palhaço que te ilude para colar na prova ou roubar seu caderno, pequeno palhaço vizinho que te empresta o carrinho de rolimã (nossa, esse eu desenterrei) só para você se espatifar na ladeira e ser motivo de chacota na rua...

Creio que a grande maioria dos palhaços a gente conhece depois de ingressar na carreira de empresária circence. Palhaço peguete, ficante, namorado, marido... sim, aquele por quem você desenvolve ligações emocionais e que, em quase 100% das vezes, te decepciona.

Palhaços possuem muitos números populares e costumam treinar os futuros palhacinhos para desempenharem seus truques com louvor. Tem o número do ocultamento (sim, ocultar que você está acompanhado quando uma outra empresária circence liga não é exatamente mentir né?), tem o número da ausência de memória (o quê? eu combinei isso? não, você está equivocada), o truque da transferência da culpa (não é você, sou eu), o número da disputa encerrada (ah, agora que você largou dele para ficar comigo eu não tenho mais que me esforçar, certo?). Tem também o número da dissimulação (não, nem sei quem é essa menina), o do esquivamento (eu amo você, mas não quero compromisso agora)... são tantos os truques que podiamos até promovê-los a mágicos do nosso circo.

Entretanto, o número que os palhaços são mestres gabaritados em realizar  é o "truque do desaparecimento". Sim, aquele sumiço bizarro que pode acontecer parcial ou permanentemente. Você, empresária circense (licença poética (.sic) do blog), deixa o palhaço se apresentar no seu picadeiro, contrata, assina a carteira, e de repente, PUFT! Cadê o palhaço que estava aqui? (e nem adianta procurar: sms no vácuo geralmente é seguido de caixa-postal, de um "só acordei agora" ou de um já "te ligo" "ad infinitum")

Enfim... existem tantos tipos de palhaços que eu precisaria de uns 100 posts para discorrer sobre eles. Acho que vale dar uma passada no blog para conhecer a maioria deles.

Bom, pelo menos os catalogados.






TUDO PALHAÇO!


Até aqueles que amamos...

Eu, Luana, empresária circence desde 1981. Picadeiro fechado para reforma.