domingo, 13 de fevereiro de 2011

10 razões porque devemos gostar de estar solteiras.

Percebo que o mundo a minha volta debandou. Ou não, pode ser que sempre tenha sido assim, e só agora eu presto atenção nisso. Talvez porque esteja solteira. Ou pelo menos tentando estar. Mas o fato é que, de uns tempos para cá, a mulherada meio que enlouqueceu. E originou-se literalmente uma guerra de estado civil. As comprometidas andam vangloriando-se de suas conquistas a todo instante, quase como se toda a felicidade do mundo dependesse de uma argolinha dourada. Ou de uma fralda suja. Eu tenho uma amiga que, de cada cinco expressões, quatro são " meu marido". Outra se tornou uma eremita depois que jogou o buquê. Tem aquelas que não podem fazer nada por causa do namorado, e tem aquelas que têm um namorado só para poder dizer que não podem fazer nada. Os encontros das meninas, cada vez mais escassos, acabaram por se tornar irritantes.

- Ai, eu vi uma veneziana (heim?) linda na C&C...
- Não, eu não faço isso, fulano não deixa...
- Ah, eu nem vou convidar porquê só vai casal...

E então elas despedem-se e seguem em suas carruagens rumo a seus lindos castelos encantados. Precisam ir cedo pois precisam lustrar os talheres de prata...
E nós, do outro lado da mesa, ficamos matutando... wtf? Por que elas têm essa necessidade mórbida de auto-afirmação?

....

E após horas e horas de reflexão (kkkkk), chegamos a conclusão que elas fazem isso porquê... É BEM MELHOR ESTAR SOLTEIRA!

1- Compromisso Embaranga: e engorda. FATO. Programinha de casal quase sempre envolve comida. E, para quê gastar dinheiro com depilação, cabeleleiro, academia, ele gosta de mim do jeito que eu sou... (Repare na quantidade de jagunças com caras apresentáveis) 

2- Adeus livre-arbítrio: Onde você está? Por que não atendeu o telefone? Por que você foi no happy hour e não avisou? Não, esse fim de semana eu quero ficar em casa. Não, a gente tem que ir pois preciso fazer média com o meu chefe. Pô, para quê ir no motel e gastar dinheiro com isso? Ah, não acho que você deva ir até lá...

3- Planejamento singular: Eu posso usar essa saia. Eu pago a minha entrada. Eu vou ficar o dia todo vendo vitrine no shopping. Eu vou assistir 4 sessões seguidas no cinema. Eu vou fazer aulas de pole dance. Eu vou fazer um mochilão no Egito, e daí?

4- Ter 50 amigos e sair com todos eles: Solteiros têm mais amigos. Solteiros divertem-se mais. Solteiros podem se dar ao luxo de falar horas e horas com uma pessoa do sexo oposto sem ficar com peso na consciência...

5- Abandonar as obrigações profissionais: Podemos trocar de emprego. Podemos largar nossa profissão. Podemos fazer 5 MBAs na gringa. Ou não. Posso largar tudo e me mudar para o Tibet. Ou para Amsterdã.

6- Experimentar sem esquentar: Visitar um Swing. Pintar as unhas de verde. Virar ruiva. Sozinha aquela viagem para São Tomé das Letras é muito mais insana...

7- Conhecer gente nova: Você pode se inscrever em um site de relacionamentos. Você pode ficar de trelêlê com várias pessoas ao mesmo tempo. Você pode praticar a arte do flerte. Você pode fazer doce. E, como diz uma amiga, não é porquê você deixa algo cozinhando que as outras bocas do fogão devem ficar vazias...

8- Carnaval. Solteiras tem 4 dias de carnaval. O resto só tem um dia dos namorados...

9- A arte de poder não fazer nada: O que você vai fazer no sábado? Eu? NADA.

10- Sogra. Heim?

Eu bem sei que essa lista poderia expandir-se até o infinito.
E que também existem desvantagens na single life.

Mas e daí?
Eu prefiro muito mais a minha companhia do que gastar meu precioso tempo livre com um idiota qualquer, só para exibir o troféu.

Ah, você tem um marido? Jura?
Meus pêsames, ahahahahaha

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cinco Takes

Ele diz que a vida dele divide-se entre antes e depois de sua presença.
Ela diz que isso é frase feita de filminho cor-de-rosa bollywodiano.
Ele diz que ela é unica no mundo
Ela diz que ele tem 6 bilhões de opções.
Ele diz que não entende porque eles não estão juntos.
Ela diz que eles estão, mas não do jeito que ele gostaria.
Ele diz que daria a própria vida pela felicidade dela.
...

Ela diz que adorou conhecê-lo.
Ele diz que adorou a companhia dela.
Ela diz que ela realmente gosta dele.
Ele diz um cordial eu também, você sabe.
Ela não diz, mas adoraria passar mais algum tempo com ele.
Ele não diz, mas sempre deixa claro que ela já terminou sua tarefa.
Ela não diz, levanta, põe a roupa e fecha a porta.
...

Ele diz que sente muito a falta dela.
Ela diz que também, mas é melhor deixar as coisas como estão.
Ele diz que quer revê-la, nem que seja por um instante.
Ela diz que tudo bem, pois precisa devolver as coisas dele.
Ele diz que se arrepende e gostaria de começar do zero.
Ela diz que é melhor deixar a poeira abaixar.
Ele diz que ele a ama e vai amar ela para sempre.
...

Ele diz que finalmente ela aceitou o convite.
Ela diz que precisava da ajuda dele.
Ele diz que não bebe nada.
Ela diz que também não, mas acaba pedindo um curaçau.
Ele diz que ele faz uma ótima massagem.
Ela diz que ele já usou essa com ela
Ele diz que ela tem cinco opções.
Ela diz para ele pedir logo a conta.
...

Ele diz que ela despreza as mensagens dele.
Ela diz, mentindo, que nunca recebe nada.
Ele diz que quer muito encontrá-la para um café.
Ela diz que está trabalhando muito, mas que assim que possível agendará.
Ele diz que ela tem uma boca linda.
Ela diz que até gosta de conversar com ele.
Ele diz que tem certeza que eles formariam um casal perfeito.
...



Ela não diz, mas só o que ela queria era um ele que ajudasse a preencher esse vazio dela...


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Poeira Cósmica

No fundo, é tudo uma coisa só.
Nada difere, ninguém difere, é tudo uma questão de ponto de vista.
Esta mesma vista que, por algum motivo definitivamente impossível de ser explicado com os melindres da racionalidade humana, é incapaz de se alinhar completamente com as adjacentes. E ai surgem os conflitos. As inquietudes. As desilusões.

Somos todos parte de um tudo, tão solitário e tão individual quanto somos nós mesmos. E essa incapacidade nada autruísta só reforça o fato de que, apesar de vivemos no mundo que queremos viver e sentirmos o que queremos sentir, é tudo apenas pó, que vai e volta, surge e some.

E que pode se unir. Ou ser lançado ao vento.

O Parque da Vida

Dia desses li em um desses aplicativos toscos do fb que estar solteira era como estar em um parque de diversões. A analogia era pautada puramente no sentimentalismo fisiológico, mas me ocorreu que também podemos correlacionar a single life com a experiência da visita ao parquinho propriamente dita.

Passaporte: A gente compra, dá ou ganha. Pagamos caro. Ou com desconto. Às vezes pagamos de loucas e aparecemos lá na cara de pau. Algumas só vamos porque todas nossas amigas vão. Noutras, porque estamos entediadas. Mas sempre que estamos quietinhas em casa, ouvimos falar que o parque é demais (e não é?), e ficamos doidas para dar um pulinho lá, nem que seja só para andar em um brinquedo.

Brinquedos: Tem pra todo o gosto. Mais perto, mais longe, grandes, pequenos, novos, velhos, reais, virtuais, emocionantes, pacatos, os que a gente paga (às vezes caaaro!), os inclusos na entrada, os de sorte, os de azar... uns molham, outros nos deixam encharcadas (ahahaha). Tem os que assustam, tem até pra quem quer levar uma criança (essa ai eu tô fora!). Em alguns a gente brinca por influência. Em outros, porque alguém indicou. Tem uns brinquedos que sempre estão fechados (e que, normalmente, todo mundo fala que é o máximo). É tanta opção que, toda vez que a gente decide por um, sobra aquela coceirinha de "eu devia ter ido ali..."

Filas: Todos tem. Todos. Mesmo que seja
 só para dar uma voltinha. Para comer então... Umas maiores, outras menores (umas cheias de modeletes e outras cheias de barangas). Tem vezes que enfrentamos uma fila monstro para dar uma voltinha e percebemos que nem é tudo aquilo que esperávamos (quando começa a ficar legal, acaba). Noutra, um brinquedinho vazio que a gente vai só para listar na contagem final (ahahaha) acaba nos surpreendendo.

Lanchinho: Você pode trazer de casa, tentar a sorte em alguma lanchonete ou no restaurante. Normalmente a comida é ruim e cara, mas você engole assim mesmo porque prefere isto a passar fome. Tem quem espere a hora do almoço, e quem prefira ficar beliscando o tempo todo. (ai entra a máxima da quantidade x qualidade)

Souvenirs: Normalmente levamos alguma coisinha para provar que estivemos ali. Um badulaque. Uma marca. Pode ser, inclusive, só uma foto na saída daquele brinquedo espetacular para mostrar para as amigas (ahahaha, carimbo nele!). Eu acho isso o fim, até porque, muitas vezes nem escolho estar no parque. Se bem que isso acaba se tornando uma desculpa para voltar... (confesso que as vezes rola de ficar com uma blusa. Um óculos. Um cachecol. Ou um cheiro entorpecente que não sai da minha nuca...)
O fato é que, no fim do dia, apesar de toda a diversão, bate a sensação de estafa, um vazio, aquela angústia estarrecedora que nos faz querer voltar para casa. E, quando vamos dormir, fica aquela malemolência (ahahaha), quase arrependimento, de como se estivéssemos acabado de desembarcar de um cruzeiro.

E ficamos ser querer visitar aquele lugar por muitos anos...

...

Lugar que fica na nossa mente... e para onde acabamos sempre voltando.