quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O "charme" da mostra

Estava demorando... no começo eu até estava abismada "nossa, este ano finalmente eles acertaram na organização", mas foi só pegar a primeira sessão de quarta para que os fantasmas do passado viessem a tona... 40 minutos esperando chegar o filme (pqop, porque não mandaram um dia antes, visto que o filme só foi exibido há dois dias?), cobrança para entrar na sala (mas não era gratuito? não, a gente cobra um valor simbólico. Então custa noticiar que haverá essa cobrança? mas é simbólico... sim, eu sei que é simbólico pqop, mas eu queria ser avisada mesmo que fossem para me cobrar um centavo pô!!). Enfim, já cheguei a conclusão que você ainda não terá acompanhando a mostra se:- Não ficou esperando mais de meia hora pelo filme "chegar" no cinema. Ou a legenda. Ou o supervisor com os ingressos; - Não pegou uma sessão lotada e teve que colocar o nome na lista de espera;-Não chegou levemente atrasado com ingresso na mão, retirado muito antes, e teve que sentar no chão porque as pessoas da lista de espera pegaram o seu lugar;-Não estava assistindo a um filme em russo quando deu pau na legenda, e mesmo assim não quiseram devolver seu ingresso;- Não conseguiu trocar o ingresso que pegou errado, ou que não conseguirá assistir, ou mesmo porque não tinha lugar na sala, por razões incompreensíveis;- Não entrou em uma sala com uma fileira inteira reservada para ninguém; - Não pegou cédula em branco, pq os monitores não tiveram "tempo" de anotar o nome e o número da sessão;- Não teve que dar "congrats" para um diretor/produtor/ator que estava te esperando sorridente no final de um filme horrível;- Não teve que ouvir gente batendo palma para um filme sem nenhum representante do mesmo presente (aff, esse é o pior)Enfim, isso sem falar nos expectadores "cuuuuult", que se doem até com espirros de uma pobre alma desavisada na plateia... aliás, tô chegando a conclusão que o mais insuportável é o público, blasé (oui oui) arrogante, pretensioso, chato e intolerante. Mas vamos lá né... ainda nos restam cinco dias...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

É, então, dois dias se passaram e eu só consegui dar o ar da minha graça na mostra hoje. Não por falta de tentativa, circulei horrores pela paulista, mas como estava desprovida de espírito lotérico, não consegui escolher qual cópia assistir. (para variar só um pouco)

Mas abri com chave de ouro, sessão dupla no MIS e sessão ao ar livre no Ibirapuera.

Começo uma mirrada listinha (que engordará até o dia 04/11), dos filmes que ando vendo. Não só com o intuito de registrar, mas para, quem sabe, ajudar alguma pobre alma a se livrar das enrascadas da mostra... das quais eu sou especialista em entrar... hehehe

Enfim, ta aí!


Dias violentos: Filme da Geórgia, que tenta recriar o dia-a-dia dos viciados locais (as fissuras, a dificuldade para conseguir drogas, as artimanhas para arranjar dinheiro). Muito bem fotografado, com ações desenvolvendo-se em tomadas estáticas. Cenário impactante que remete a humildade dos países do leste europeu. Lingua bizonha, ótimos atores (e o legal que são atores mais maduros), cenário realista e marcante.

Recomendo.

Nota 3.


Do amor e outros demônios: menina mordida por cachorro é exilada em um convento, acusada de estar possuída. Sinopse instigante... mas promessa não cumprida. Exploração exarcebada do lindo cenário, dos efeitos de luz e sombra e da pseudo-beleza da inexpressiva protagonista. Sonolento, entediante, tenta e não consegue, roteiro superficial que faz uma critíca óbvia e conhecida à igreja católica. Típico filme de TCC de faculdade de cinema.

Não perca seu tempo

Nota 2 pela beleza das tomadas do lugar que enchem os olhos...


Metrópolis

Totalmente hors concours. Ficção científica em 16mm, com um "Q" de admirável mundo novo. Longo, inocente, mas intrigante como todo filme que referencia o futuro. Acompanhamento fabuloso e impecável da Orquestra Jazz Sinfônica (que tocaram por três horas), experiência sensacional de assistir uma projeção gigantesca no MIS acompanhada de milhares de pessoas esparramadas na grama.

Vou alugar para rever em casa

Nota 4

Amanhã arrisco escrever a primeira de minhas resenhas para o catraca... tô esperando aparecer um 5, veremos se dou sorte!

E lá se foram mais três... confesso que ando meio impaciente para aguentar as maratonas de emendar sessões sem pausa (e olha que eu já cheguei a emendar cinco em uma tarde/noite). Estou me programando para "respirar" um pouquinho mais entre as projeções.


Minhas mães e meu pai: Casal gay em crise se relaciona com pai biológico de seus filhos. Boas atuações (destaque para a empática Julianne Moore), trama bem amarrada, Engraçado, por vezes um pouco agonizante. Essa vai merecer uma crítica caprichada amanhã, rsrs. Podia ter acabado 10 minutos antes.

Nota: 4


Problema: cento e tantas pessoas de diferentes nacionalidades reúnem-se em Berlim para responder a cem perguntas feitas por cem pessoas ao redor do mundo. Idéia Boa, boa pesquisa de imagens, boa vontade. Mas falta ritmo, coesão e emoção. É previsível e apela para questionamentos óbvios. Quem somos nós? paraguayo

Nota: 2, pelo trabalho que o diretor teve na edição.


Turnê: Produtor francês fracassado reune americanos para uma "turnê" de shows burlescos pela França. Divertido, visualmente interessante, números encantadoramente bizarros. Roteiro fraco, podia ter 20 minutos a menos. Destaque para final abrupto nada a ver!!!

Nota 3

Tire minha foto: Lição de vida. O documentário me mostrou que é impossível chegar de casa até a Av. Paulista em menos de duas horas, que é impossível achar vaga na rua ou conseguir um estacionamento por menos de R$25, e, finalmente, que eu não devo nunca, mas nem sob tortura, inventar de ir no cinema de manhã! (tá bom, era 13h, mas nas atuais circunstâncias isto para mim é madrugada!!)



Brincadeiras a parte, apesar de ter perdido o início, achei o filme amador e infantil, mas simpático, fácil de assistir e bem montado. A modelo Sara Ziff filmou seu cotidiano (com a ajuda do namorado produtor) durante alguns anos, e expõe um lado menos glamuroso da vida de modelo, a carreira, as angústias, as ambições e a "aposentadoria" precoce. É lógico que a ela deixou de abordar muitos assuntos importantes, como o assédio dos estilistas e agentes (em alguns momentos ela até cita as "dificuldades" da profissão, mas não entra em detalhes). De um modo geral, ele cumpre o que promete.

Nota 3

Tive um dia interessante nesta sexta, 29/10. Gostaria de ter visto algo mais, mas ficar a pé em SP é uma das experiências mais terríveis possíveis, e a hora do metrô foi a hora de voltar para casa...



VIP's: Nada a declarar sobre o mais que brilhante Wagner Moura, na pele do cara-de-pau que fingiu se passar por uma pseudo-celebridade para desfrutar das regalias que o VIP world oferece. Filme divertido, engraçado, revelador (olha, eu não sabia que os traficantes "acendiam" pistas de pouso em locais aleatórios da floresta), e, para não dizer, inspirador (ahaha, ter natureza de golpista é foooda!)

Nota 4



O Herdeiro: Esse foi completamente na loteria. Italiano, um rapaz herda uma casa cheia de inquilinos problemáticos. Superficial, mas intrigante ao ponto de não me fazer ir embora.

Nota 3


Exit Through to the gift shop: SENSACIONAL. O filme do Bansky. Hilário, provocativo e inusitado, é um pseudo-documentário sobre um cara que dizia fazer um documentário sobre artistas de rua.

Nota 5


Elvis e Madonna: Uma história de amor entre uma lésbica (?) e um travesti. Previsível, amador, péssimas atuações, ausência total de verdade cênica, forçado, mal dirigido, trilha sonora horrível. Filme de primeiro ano de faculdade.

Nota 1 (posso dar 0?)


e só para registrar os de ontem:


Ovos: É sabida minha não predileção por filmes estáticos, mas agrada amantes da arte do movimento mínimo. Me provou que as pessoas podem ter opiniões completamente divergentes em relação a um mesmo filme. Só fiquei até o fim por causa da companhia.

Nota 1


Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas: Uma palavra para esse filme: BIZONHO. gostei, e muito, principalmente pela capacidade de ser transportada para a realidade do lugar (em algumas cenas quase que dava para sentir o cheiro da floresta). Mas, que atire a primeira pedra quem não deixou a sala com ligeira cara de interrogação.

Nota 3

O inesperado: Se vc gosta de big irmão, fazenda e afins, vai adorar esse filme.

Nota 1
E eis que eu volto as salas, depois que a escuridão já estava começando a me enjoar...



Vc vai conhecer o homem dos seus sonhos: Ok, igual a todos os outros filmes de Wood. Pessoas em suas idas e vindas amorosas, desencontros, traições e angústias, blá blá blá.

Nota: 2



O estranho caso de Angélica: A lingua inglesa tem uma palavra que resume meus sentimentos em relação a este filme: boring. Quase tão ruim quanto o curta (?) exibido no início...

Nota: 2



Câncer, as curas proibidas: Sensacionalista, mas impactante. Crítica pesada à industria da saúde.

Nota: 4