segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desabafo

Estou com medo. É quase um pavor. E, a cada dia que passa, parece que essa sensação vai tomando proporções maiores, e maiores, num encadeamento absurdo de emoções que mesclam momentos insones de insegurança a desespero. E não há nada que eu possa fazer, apenas aceitar a situação e cauterizar o que sobra dos pedaços que são constantemente arrancados da minha alma. E dói. Dói porque não previ essa situação. Dói porque é quase uma injustiça. Não sei lidar com isso, sequer tenho pretenções de aprender. Mas o fato é que nunca estive preparada, e também nunca imaginei que ia acabar aqui, fazendo parte desse clã.
Passei a minha vida toda acreditando que era muito fácil encontrar alguém para dividir os dias, os sonhos, a vida. E encontrei, e por inúmeras vezes fui feliz. Somando todos os meses, não me recordo ter ter passado mais que um ano sozinha desde meu primeiro relacionamento "oficial". Entrar e assumir um namoro para mim sempre foi simples, rotineiro, quase osmótico. E real.
O tempo passou, e algo no meio do caminho fez com que eu colhesse, embrulhasse todas as minhas expectativas em um reluzente papel dourado e as entregasse sem ressalvas para um que me dominou. Meu coração o elegeu. Minha alma o coroou. E assim ia seguindo, satisfeita com a escolha, confortável com a opção.
Até que um belo dia o castelo desmoronou. E me deparei, perdida e sozinha, com 4 anos a menos de vida, com 4 toneladas a mais de dor... E desde então eu vago, buscando incessantemente um não sei o que, aliado ao vazio de não viver, de não sentir, de não sofrer. Um coma, lúcido, amargo e incolor.
 
...

Eu continuo procurando. Mas o não encontrar anda me apavorando.
E o triste é que estou me convencendo de que acabou, não existe mais, nem adianta cavocar.


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